As pessoas com deficiência visual percebem o ambiente e obtêm informações através de uma alta integração sensorial, e nas atividades de Orientação e Mobilidade - O.M observa-se como a sinestesia influencia no processo pelo qual os deficientes visuais adquirem informações do ambiente, e os efeitos que esta percepção podem exercer na realização de tarefas cotidianas e no aprendizado.
Essa semana, na aula de O.M com a aluna Jhullye no trajeto da nossa caminhada, muitas situações acrescentaram no processo de ensino e aprendizagem.
Logo ao sair da escola perguntei a ela se estava ouvindo o ruído que se aproximava, e se podia me informar do que se tratava, ela de imediato disse: “uma moto!”, no entanto o ruído vinha do alto e era mais intenso, foi quando ela afirmou com êxito ser de um helicóptero.
Prosseguimos o trajeto identificando outras situações, passamos por uma marmitaria e aproveitei o momento para trabalhar a percepção olfativa já que se aproximava da hora do almoço: “Jhulye, que cheiro é esse?” e ela certeira disse: “ hmmmm, alho professora!”.
Ao sair com ela para a aula de O.M tudo e cada momento é riquíssimo para acrescentar em seu desenvolvimento, todos os ruídos, sons, cheiros e muitas outras situações são oportunas.
No retorno para a escola, passamos por uma árvore conhecida como Pata de Vaca ou Pata de Boi, devido á semelhança entre as folhas com as patas deste animal, questionei Jhullye se ela conhecia e ela me disse que não, e foi assim que nossa aula de O.M mudou totalmente de percurso.
Ela ficou admirada com as descobertas que fez ao tatear a árvore e suas partes, como folhas, flores, caule, vagens e sementes.
Concluindo, a aula terminou na sala de AEE onde outros conceitos foram adquiridos como pode se observar nas fotos.
Foi uma aula sensacional e posso afirmar que mais uma vez me senti realizada com a missão de ensinar.
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